sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fuga.

Ela acordou acreditando que o dia seria diferente. Amanheceu nublado, o rosto inchado, o leite frio.  O nariz irritado, a garganta também. Não, não foi diferente, foi muito pior. Na noite anterior, a ideia de ter que reviver tudo novamente, sentir as emoções uma vez vividas, não foi agradável, mas foi esperançoso. Uma ideia forte de que os sintomas, que agora encontravam causas, iriam pelo ar. A noite mal dormida passou , e a manhã foi da forma citada anterior. Ela agora voltava ao seu meio, um meio que nem é seu, nem se sente parte dele, mas é rotineiro, é necessário. Chegou, sentou e esperou o tempo passar. Um turbilhão a pegou sentada, do mesmo jeito que ela chegou. Confusão, medo, choro. Agora não sei aonde ela anda, nem sei por onde vai passar. Só tenho medo que ela desapareça, e que deixe no meu peito dos outros a mesma dor que sente dentro dela.

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