sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fuga.

Ela acordou acreditando que o dia seria diferente. Amanheceu nublado, o rosto inchado, o leite frio.  O nariz irritado, a garganta também. Não, não foi diferente, foi muito pior. Na noite anterior, a ideia de ter que reviver tudo novamente, sentir as emoções uma vez vividas, não foi agradável, mas foi esperançoso. Uma ideia forte de que os sintomas, que agora encontravam causas, iriam pelo ar. A noite mal dormida passou , e a manhã foi da forma citada anterior. Ela agora voltava ao seu meio, um meio que nem é seu, nem se sente parte dele, mas é rotineiro, é necessário. Chegou, sentou e esperou o tempo passar. Um turbilhão a pegou sentada, do mesmo jeito que ela chegou. Confusão, medo, choro. Agora não sei aonde ela anda, nem sei por onde vai passar. Só tenho medo que ela desapareça, e que deixe no meu peito dos outros a mesma dor que sente dentro dela.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

2011, você tá aí?

Há muitos e muitos anos atrás, num lugar muito distante eu freqüentava um blog. E agora ? Desanimei? Abandonei? Tenho coisas mais importantes a fazer? Não tenho refletido sobre minha própria existência? Nãããão, simplesmente não quis. Isso mesmo, não quis escrever aqui. Eu estou numa maré de mudar de pensamento tão rápido que várias vezes ensaiei vir aqui, e no mesmo momento já queria mudar tudo que planejado para escrever. Mas como tudo muda (pensamento redundante para este momento), eu me acalmei, e decidi voltar a escrever aqui, porque eu amo meu blog. Como nunca precisei que alguém comentasse o que escrevo, escrevo este post para eu mesma reler em algum momento.


Hoje é dia 25 de fevereiro e tanta coisa aconteceu desde que o ano de 2011 começou, e não me arrependo de nada. Poucas vezes tive essa sensação de não me arrepender, sempre achei que poderia ter feito algo diferente, ou feito algo que não fiz, mas agora está sendo diferente. Pedi muito perdão esse ano, perdoei também demais. Deixei muitas coisas em 2010, coisas que me prendiam, e agora não sinto nem mais o cheiro dessas lembranças. Decidi que muitas coisas mudassem para minha própria felicidade. Acho que nem posso dizer felicidade, aquela coisa plena, mas apenas uma ‘ausência de sofrimento’.

Mas nem tudo se resume a ‘ausência de sofrimento’, ainda vivo meus próprios conflitos internos, e na maior parte do tempo externos, que fazem pensar, desistir, insistir, chorar, cansar, sofrer. E quer saber o que me mais sofrer hoje? Não ter um dia com 34h. As poucas 24h não estão dando pra eu cumprir com todas as obrigações. Faculdade, almoço, estágio, faculdade de novo, namorado, dormir. Só isso já foram 30h. As outras 4h seriam pra colocar as coisas em ordem, incluindo o meu quarto, meu banheiro, minhas roupas e minhas leituras. Tá pouco ou quer mais? Tem mais, daqui uma semana vou precisar encaixar na minha agenda semanal espaço e tempo suficiente para ir na Asa Norte para orientação da monografia, e para escrever esse trem.

Tá, não sei mais como continuar esse post. Então, antes que eu mude de idéia, vou postar logo.

(L)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Retrospectiva 1

O ano ainda nem acabou mas já sinto no ar uma vontade louca de começar minhas retrospectivas. Como virão outras, começo essa com título 1 mesmo.
Eu olho pra trás e é inevitável conter as lágrimas.
Tanto suor, tanto trabalho, tantas horas de estudos.
Treinamentos e mais treinamentos na faculdade pra aprender a cuidar dos outros, e muitas vezes se torna treinamento para não cuidarmos de nós mesmos.
Um vazio, um cuidado.
Uma lágrima quente.
Algumas somatizações, algumas alegrias.
Os pés sempre no chão, os olhos pra cima.
Os sonhos maiores do que essa pessoa pequena que vos fala.
Sei que muitas pedras ainda virão, muitas chuvas molharão a terra, e torço pra que as sementes brotem.
Solidão, ser só, sozinha.
Esforçar por ver os outros felizes, e me esforçar ainda mais pra me esconder atrás de sorrisos forçados.
Perdas, imensas. Vidas que me arrependo de não ter tocado.
Saudade. Muitas.
Vontade de abraçar, fazer o tempo voltar.
Pensamentos que sempre retornam, me mobilizam. Alguns pecados e suas consequências.
Votos e promessas.
Vontade maior do que ações de marcar a vida das pessoas.
Deixar um pouco de mim por aí, pelo vento, pelas árvores, pelos amigos.
Uma luta diária, calada, escondida.
Uma luta contra a cama, contra o relógio, contra o marcador de gasolina.
Viajar, sair, fugir.
Que o mundo caiba em minha carteira.
Ansiedades e angústias.
Amores, amores, novo amor.
Erro novamente.
Orações, força, misericórdia.
Ah, se não fosse por Ti, para Ti...!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Repi Bursdêi!

A verdade é que todo mundo acha um motivo pra comemorar o blog, e hoje eu encontrei um. Tá certo que já se passaram alguns dias, mas meu blog fez niniversário!

E já posso contemplar quantas coisas o Senhor já fez, e quantas coisas ainda virão. Sonho todo dia com novos projetos que não caberiam nesse blog. Mas ele tem sustentado bem, e sou muito grata por isso. Não sou criativa assim nem com meu terapeuta.

Mas tá... Era só isso que tinha que falar. Isso é bom motivo pra comemorar hoje! Apesar das dificuldades enfrentadas durante o dia!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

D.

Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.


Remar.

Re-amar.

Amar.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Uma caixa aberta.

Quanto tempo sem voltar nesse lugar. Precisava tanto comentar alguma coisa, mas confesso, meu tempo anda ocupado com outras prioridades, e tenho tentado deixar tudo organizado pra não ceder aos impulsos de fazer um post todos os dias. Mas como eu fiz esse blog "pá contá as coisa mermo", tive que voltar assim que minha ansiedade alcançou o limiar que gera potencial de ação. Sim, to estudando. Mas enfim, cri...cri...cri... (o que eu ia falar mesmo?) Ah, lembrei! Tenho vivido em estresse os ultimos dias, os últimas semanas. O copo está bem cheio, a ponto de transbordar. Pra satisfazer meu TOC que fica aguçado em períodos estressantes, vou escrever o resto em tópicos.

  • A vontade de chorar tem me pego em cada situação inusitada que penso estar em uma TPM eterna. Já não dá mais esconder atrás do meu bom-humor.
  • O estágio tem tomado um tempo que julgo necessário ser aplicado em outras coisas, e isso tem se refletido nos meus estudos. Apesar de ser boa aluna, tenho me dedicado apenas o suficiente, e não gosto de estar estudando apenas para não reprovar, no nível medíocre.
  • O estágio é um caso realmente a parte, merecia uns 5 tópicos, mas não quero correr riscos aqui.
  • O que me conforta é chegar em casa, encontrar um lar que é uma verdadeira delícia. Não há barulho, há paz, há conforto, e muito confort espalhado pelo ar.
  • Dirigir ainda é uns dos momentos que mais me sinto livre, mas por estar quase ultrapassando o limite da kilometragem para a revisão dos 15.000km, tenho que deixar o trem preto mais lindo da mamãe na garagem, às moscas.
  • Sim, penso muito nele, na gente, nessa coisa que não sei se existe nele, mas que existe em mim. Isso gera uma ansiedade (bem focado) de sufocar. Preciso de notícias, preciso ver, quero tê-lo.
  • Meu estilo sonhadora tem sido aflorado a cada dia. Devo isso a Deus, que em todas as manhã há um novo sonho que fora plantado durante o sono, um novo projeto, expectativas que sei que não serão frustadas.
  • Apesar de tudo, tenho encontrado apoio em pessoas que nunca imaginei que pudessem ser minha fortaleza. Não vou ressaltar nomes pra não frustar algumas pessoas. E caso você acha que talvez não seja uma fortaleza minha, vai uma dica: se esforçe! Quando fortalecemos alguém, sempre tem outras mãos pra nos fortalecer também.
  • Quanto drama em um post só. Ai meu Deus.
  • Ah, ando esquecida que só. Minha mãe que sabe. Saio de casa, esqueço o celular. Saio, e esqueço a chave. Saio e esqueço a bolsa. alguém me liga, eu esqueço de retornar. Anoto em papéis o que tenho que fazer, e esqueço do papel. Alguém pede alguma coisa, e em 3min contados no relógio, eu apago. É como se eu não tivesse hipocampo mesmo, bem radical assim. Espero não esquecer de postar isso aqui.
Desabafei.
Terapia on-line, volte sempre.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Não deveria ser desse jeito

Tem muito tempo que estou ensaiando vir aqui e postar alguma coisa, ou pelo menos deixar registrado algum momento da minha vida. Na verdade eu até já tinha assunto, só não estava motivada o bastante pra escrever. Mas como tudo seu tempo, e as vezes é melhor esperar o dia raiar pra se pensar no problema, resolvi que hoje é um dia bom pra escrever sobre isso. Além do mais, quero daqui alguns anos voltar ao meu blog e ler esse post, e ver o tanto que cresci e amadureci. O tema que vivo é o arrependimento. Só se tem perdão quem se arrepende do que fez, ou do pecado, tanto faz, depende de quem olha. É por isso, que não sigo a risca 'só me arrependo do que não fiz'. Quer saber? Me arrependo mesmo de muitas coisas que fiz, sei que poderia ter feito de tantas outras maneiras e acabei fazendo de uma forma errada. Não vivo a angústia de um passado aprisionado, mas tenho total consciência dos meus erros. Sei também que tem momentos que só aprendemos errando, e ao vermos as consequências (ou sua magnitude) e os efeitos dos nossos atos, é que chegamos ao arrependimento genuíno. Se é certo ou não, se é bonito ou não, se te agrada ou não, já não cabe a mim e nem a você. Eu concluo que todo esse sentimento de arrependimento tem me feito uma pessoa melhor. Tenho a oportunidade de reparar alguns erros, de pedir perdão principalmente a Deus, e me abrem outros caminhos que não pela via do arrependimento. Um dia tenho certeza, que só precisarei pedir perdão a Deus, e em poucas ocasiões. Quanto às pessoas, tenham mais um pouco de paciência comigo.